Forte Esquema de Segurança Marca o Julgamento dos Supostos Assassinos do Delegado Adelson Taroco em Jaboticabal
Teve início nessa terça-feira (25) o julgamento de sete dos treze presos acusados de queimarem vivo o delegado Adelson Taroco, em rebelião ocorrida na cadeia pública Jaboticabal em 13/05/06, uma manhã de domingo. Segundo testemunhas os presos envolveram Taroco em colchões e em seguida atearam fogo, provocando queimaduras em 80% do corpo. O delegado não resistiu aos ferimentos e morreu 21 dias depois no HC de Ribeirão Preto.
O aparato de segurança jamais foi visto em Jaboticabal, dizem os moradores vizinhos. Policiais militares e civis do GOE (Grupo de Operações Especiais), armados até “os dentes”, com cachorros e detectores de metais, fazem à segurança em torno do fórum que se encontra sitiado. No primeiro dia um homem foi preso, ele era testemunha de defesa, mas era procurado pela justiça.
Dos 25 jurados convocados, 7 foram selecionados, o julgamento deve durar até 27/08.
Na manhã de 26, assistimos o depoimento do preso Julio César Venâncio, um jovem de aproximadamente 25 ou 30 anos, que chorou muito durante o depoimento e continuou após ser ouvido. Venâncio negou sua participação no assassinato do delegado quando indagado pela Juíza Carmen Silvia Alves e pelo Promotor Paulo Henrique, disse que estava no xadrez 8 escrevendo uma carta para sua mulher quando ouviu três tiros, em seguida começou o tumulto, e correu para proteger sua vida.
O advogado de defesa lhe fez algumas perguntas, e ato continuo lhe pediu que olhasse para o corpo de jurados e contasse a sua história. Com voz embargada ele disse: “sou inocente, fui preso porque dei carona para duas pessoas que estavam envolvidas em crime, fui ouvido aqui no fórum, e mandado de volta para cadeia, mas o alvará de soltura, só chegou nove dias depois, um dia após o acontecido (a rebelião). Se eu tivesse sido solto no dia, não estaria aqui agora. Estou preso há três anos e meio, sem dever nada, e todos os dias olho para as grades e para o céu e pergunto a Deus o que foi que eu fiz? Será que é porque sou pobre?”.
Por: João Teixeira
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