Esta semana, curioso com uma manchete deste periódico resolvi conhecer melhor a vida de alguns dos nossos supostos “amigos” deputados que com freqüência vêm visitando nossa cidade, nos enviando verbas e aparecendo (ou se aparecendo?) nos principais veículos de comunicação. Sendo assim, confesso que não obtive grandes descobertas uma vez que ainda acredito naquele velho ditado: “Me diga com quem tu andas, que lhe digo como tu és”.
Resolvi começar a busca por um senhor muito conhecido em nossa região e que há anos no seu cargo de deputado federal vem “ajudando” Jaboticabal a ser essa “maravilha” de cidade, com excelentes vias recapeadas (como a entrada principal da UNESP que a cada nova chuva se transforma em novo canteiro, só que de obras), obras rápidas e quase imperceptíveis no nosso dia-a-dia (reforma das pontes e obras de micro drenagem), além é claro da nossa futura obra faraônica no paço municipal.
Como já lembrava um amigo otimista, e também colunista deste jornal (Renan Leitte), se depender desses nobres senhores “Jaboticabal voltará a ser a cidade das rosas... Quando plantarmos uma muda de roseira em cada buraco de nossas ruas”.
Com 54 anos e eleito pelo PPS, o milionário senhor ao qual me refiro esteve presente em nossa cidade na semana passada vistoriando junto ao prefeito Hori as obras da CDHU. Deputado Federal eleito em 2006, Arnaldo Jardim é conhecido em nossa região por conquistas de verbas em parceria da nossa prefeitura, mas não pelos seus escândalos publicados nos mais diversos veículos de comunicação do nosso país.
O repórter Fábio Zanini da Folha de S.Paulo descobriu que a empregada doméstica do nosso “amigo” Jardim, Maria Helena de Jesus, recebia seu salário da Câmara dos Deputados, porém, formalmente Maria está contratada como secretária parlamentar do deputado e recebe o salário bruto de R$ 1.608,10. Na matéria publicada na Folha do dia 8 de abril de 2009, Maria conta que trabalhava no apartamento do deputado onde lavava, passava e cozinhava. Porém era paga com o dinheiro da Câmara dos Deputados. Não sabemos se seu salário era realmente de R$ 1.600,00.
Além disso, no site “Às claras” o deputado teve mais de um milhão de reais em doações para sua campanha, de onde R$ 50mil foram da construtora Camargo Corrêa, alvo de uma investigação sobre doações ilegais para diversos políticos.
Na relação de doadores para a sua campanha também consta o nome de Raimundo Nonato da Silva, como tendo doado R$ 300,00. Em 2006, no dia da eleição, Raimundo Nonato foi preso em flagrante por compra de voto em Itatiba. Ele oferecia R$ 10,00 em troca de votos para do deputado Arnaldo Jardim (Federal), David Zaia (Estadual eleito) e Marina Bredariol (Estadual). Nonato assumiu integralmente a culpa, ele não queria prejudicar os candidatos, fez por conta e risco e assim, foi processado e condenado pela Justiça Eleitoral. Arnaldo Jardim sequer foi ouvido no processo.
Nem rosas, nem jardim, nossa cidade assim como todo o nosso país precisa é de transparência, sabermos como estas emendas são executadas, precisamos sempre de honestidade e caráter nas atitudes de nossos homens públicos. Lembremos das emendas mafiosas da Saúde, eram ambulâncias para um lado e dinheiro para “outros”. Precisamos aprender a não batermos palmas para verbas “recebidas de deputados”, pois pagamos impostos e esse dinheiro é nosso por direito. O que precisamos realmente aprender é a abrir os nossos olhos para percebermos o quanto mesquinha e populista vem sendo as atitudes dos nossos políticos profissionais, aqueles que descaradamente ousam nos enganar.
O melhor para a política seria o fim das emendas personalizadas. Ou alguém ainda tem aquela velha opinião a respeito de alguns políticos “Eles roubam, mas fazem”? Se isso ainda vale não podemos reclamar da ausência de remédios, de boas escolas, de moradias com qualidade, entre outros benefícios, pois o cobertor é curto e se algum dinheiro vai para um lado, certo que faltará em outro.
Ariel Gricio
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