Só queria ir a festa, e não um pedaço do bolo

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Nesta sexta-feira (18), fiquei sabendo de uma reunião bem interessante na câmara dos vereadores (ironicamente apelidada de “casa do povo”). O assunto: A SPEL (aquela nossa querida empresa que “cuida” dos buracos em nossas ruas) quer um aditamento de R$1,2mi da Prefeitura, para finalizar obras que estão atrasadas a mais de 2 anos, para isso marcaram a reunião com os vereadores para se explicarem. Até ai tudo bem, estamos em Jaboticabal e tudo pode acontecer, principalmente quando envolvemos empresas “tradicionais” (mafiosas) da nossa cúpula como algumas construtoras e empresas de transportes de ônibus, porém reunião a portas fechadas?

Pois bem, lá fui eu, há mais de 3 meses não dava as caras na NOSSA Casa de Leis, revi nossos ilustríssimos vereadores, me adentrei na casa pela portaria com a devida autorização, e quando chego na biblioteca (ou sala secreta – nas noites de sessão), lá estavam todos, sorridentes e contentes. Entrei, me sentei, cruzei minhas pernas e fui indagado:


- O que faz aqui Ariel?
-Vim para assistir a reunião.
- É a portas fechadas.
-Tem certeza?
-Sim
(Pausa para eu refletir o momento)
-Ok, obrigado e boa reunião!

(Tudo gravado, como sempre)

No caminho até a saída penso: O que teria de mais, eu um cidadão que paga seus impostos participar de uma reunião que justificaria o aditamento de R$1,2mi para uma construtora terceirizada? Desculpem-me, mas estão me forçando a pensar que existe algo de muito estranho para que isso não possa ser público.

Porém ainda não consigo saber o que é pior, o aditamento de 1,2mi, a reunião a portas trancafiadas, ou os vereadores que se julgam oposição não terem a decência de abrir as portas, de serem transparentes, de serem o que dizem que são mas que a todo instante demonstram o contrário.

Onde está o Vereador Prof. Emerson? Aquele que disse ser o candidato do socialismo (sic), que estaria lutando ao lado de jovens, e estudantes pela transparência, e pela dignidade dentro da casa de leis? Como pudera em silêncio deixar que um jovem estudante interessado no assunto fosse expulso publicamente da maneira com que fui?

Onde está o Vereador Gouvêa? Que em suas primeiras sessões aparentava ser algo diferente e hoje é apenas mais um.

Cadê o Vereador Dr. Nereu? Que sempre comenta nesse blog comparando sempre o papel deste blogueiro com o papel que ele teve em sua juventude junto ao movimento estudantil?

E quanto ao “jovem” Murilo Gaspardo? Ainda é Vereador? Ou só tem essa função em épocas eleitorais ou eleitoreiras? Cadê ele para ao menos justificar a minha expulsão?

Ninguém, nenhum, NENHUM, teve a ousadia de querer explicar ou justificar a situação. Apenas eu, fui ousado o suficiente para me adentrar a sala sozinho e sair dela de cabeça erguida. Indignado, mas orgulhoso por saber que a minha dignidade era de fato maior do que a soma da dignidade de todos aqueles senhores que hipocritamente se autodenominam representantes do povo.

Confesso, não estou nem um pouco surpreso, tudo já era esperado, ainda mais quando tratamos de uma cidade provinciana como Jaboticabal que tem por sina sempre ser dirigida, e representada por aqueles que desaprenderam até mesmo a fingir, de tão fácil que tudo está, e de tão mudo que todos nós estamos.

No entanto, agora, já em minha casa, na frente desta tela, talvez tenha conseguido refletir melhor sobre o fato. Quem sabe eles não pensaram que eu havia ido até a reunião para pegar um pedaço do bolo, quando na verdade só fui á festa para cantar os parabéns, e no final bater palmas.

5 comentários:

Dr Nereu disse...

Ariel,
Como fui citado em seu comentario, tenho a esclarecer que no momento da reunião marcada não estive presente por motivos ligados a minha profissão, porém não perdi muito, pois o mais interessado e que deveria dar explicações sobre esta absurda cobrança não compareceu, ou seja o representante da SPEL, portanto, na minha opinião a cobrança continua sem explicação e o projeto impossivel de ser votado! Quanto a sua participação, como outros cidadãos interessados em participar, não tenho objeções, pois por ocasião da reunião com os representantes da Piracema para discutir a "divida" com a Prefeitura, a reunião foi na plenária e aberta, nesse evento tive a oportunidade de conduzir a reunião. Acredito que estas questões devem ser abertas principalmente à população.
Dr. Nereu

Anônimo disse...

caro ariel se ninguen teve a ousadia de explicar cabe A voce DENUNCIAR aos orgaos CONPETENTES ministerio publicos etc

Anônimo disse...

Caro Ariel, pelo pouco que sei tenho a impressão que o Vereador Murilo Gaspardo é seu amigo, pois recebo o seu e-mail encaminhado por ele. Ao ler a sua crônica fiquei pensando como o referido vereador se posicionou frente ao delicado convite para você retirar-se da reunião? Será que mais uma vez ele escorregará ?

Ariel Gricio disse...

Prezado Anônimo...

"Amigo" tem um peso muito forte, de fato o sr. Murilo Gaspardo não é meu amigo, e tenho certas dúvidas sobre se um vereador consegue ser amigo de alguém da cidade ao qual representa, isso parece impossível aqui em nossa cidade, pois que amigos seriam esses que fazem tudo por baixo dos panos?

O Sr. Murilo Gaspardo não se posicionou frente a minha expulsão, não que eu tenha visto ou tenha tido conhecimento até então. O mesmo não se encontrava na reunião no momento que fui expulso.

De tudo, apenas uma certeza, amigo não somos.

Anônimo disse...

Sr. Ariel Grício:

Quando do episódio de seu impedimento de adentrar às dependências de nossa Câmara Municipal por indumentária inadequada, entendi que a casa estava certa. Os argumentos podem ser declinados pessoalmente em ocasião oportuna.

Quanto a sua "expulsão" sob alegação de reunião a portas fechadas entendo ser uma grande ofensa a um munícipe, - e quiçá a toda a população do município - que contribui compulsóriamente para a manutenção daquela casa de leis, que com o passar do tempo se aproxima cada vez mais de uma casa onde tudo se tolera; menos a participação efetiva de munícipes comprometidos com a honestidade da informação.

Conte com minha solidariedade; divulgue por favor o nome do interlocutor que o convidou a sair, para que eu possa transformar minha solidariedade em ação concreta.

Se o Sr. entender que a divulgação pública não é necessária, o Sr. tem meu endereço de e-mail, que pode ser utilizado.

Saudações jaboticabalenses,

Oswaldo Leme.

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