Carta aberta ao CONDEMA

quarta-feira, 24 de março de 2010

Prezados Conselheiros,

É com extrema decepção que lhes escrevo esta carta, e não como jornalista, mas sim como munícipe. A primeira vez que tive contato com o CONDEMA foi na questão da Lagoa do Petta, estive engajado na luta como cidadão, uma vez que publicava minhas opiniões apenas em meu blog. Conheci diversas pessoas que estavam dispostas a qualquer coisa para salvar a lagoa do Petta das mãos gananciosas de nossa atual administração, pessoas essas que buscavam desenvolvimento com responsabilidade e que não agiam por impulso, e que estiveram presentes nas audiências e nas reuniões para debater o assunto. Esse fato fez com que eu, um jovem de 19 anos sentisse que não estava sozinho em Jaboticabal, e que assim como eu haviam pessoas de caráter e formação ética o suficiente para diferenciar desenvolvimento de jogo político, e que alegria tivemos quando finalmente soubemos que o projeto não iria acontecer.

Hoje parece que a situação volta a se repetir, porém de maneira muito mais grosseira, irresponsável e de péssima argumentação. Um bosque que durante décadas resistiu a todo o “desenvolvimento” de Jaboticabal agora é colocado em um jogo político baixo, sem escrúpulo nenhum, e aterrorizante como já era de se esperar. Como podem justificar a “urbanização” de um bosque com argumentos de educação ambiental?

Imaginem que Jaboticabal tivesse apenas uma árvore, uma única árvore; seria correto cortar essa última árvore para fabricar lápis para utilizar nas escolas para ensinar as crianças jaboticabalenses a preservarem a natureza?

Pois é, onde estaria a ética dos senhores conselheiros caso concordassem com isso? Passando para o nosso problema atual, será que ao invés de estarem discutindo que piso será utilizado na trilha, e qual a historinha que será contada no percurso (ridículo), os senhores não deveriam nem mesmo deixarem que esses outros senhores ousassem tocar no nome do último resto de mata nativa de Jaboticabal? E muito menos ter um projeto para ele? A conversa deveria ser uma só, direta: “O projeto é simples: Deixe ele como está!”

Onde estão os ambientalistas deste conselho que leva em seu nome a DEFESA do meio ambiente? É isso que é ser ambientalista? Olhar uma verba e não saber recusá-la mesmo que ela vá contra seus princípios? Será que os senhores em sua maioria formados e politicamente esclarecidos não percebem que tudo não passa de POLITICAGEM?

Desculpem-me caso havia entendido a idéia desse conselho em principio como algo que realmente iria defender o nosso meio ambiente, pois hoje já vi que a intenção definitivamente não é essa, pois mesmo vocês sabendo do que fizeram com as árvores do DER, com as palmeiras (não tenho certeza da espécie) que se encontravam próximo ao monumento Athenas Paulista, e o que queria fazer na ZAP próximo a Lagoa do Petta, e várias outras atrocidades que poderia ficar descrevendo por um longo tempo, ainda sim os senhores estão se sujeitando a assinarem em baixo de mais um crime ambiental que embora possa ser legal todos sabemos que é amoral.

Enfim, despeço-me demonstrando minha imensa decepção com a falta de bom senso, caráter, e coragem de vários de vocês. Infelizmente esse conselho HOJE demonstra que leva um nome ao qual não é digno, pois pior do que fazer o mal, é aceita-lo calado.

1 comentários:

Anônimo disse...

A resposta a essa carta, publicada no Tribuna, tenta lhe passar um "cala-a-boca". Acredito que o competente jornalista saberá reagir de forma adequada apontando a verdade dos fatos.

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